Este é um espaço para acompanhamento de atividades, críticas e sugestões para os que fazem parte, ou não, do Projeto JECA (Maceió)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

O que acha da moda dos coloridos?


Avanny Oliveira e Jhonathan Pino, do Virajovem Maceió (AL)*, e Elis Aquino, do Virajovem Rio de Janeiro

Com mais de dois milhões de acessos no MySpace, apenas em 2009, a banda Restart, conquista adolescentes e jovens do Brasil com suas músicas de pop-rock. Com versões  musicais que passeiam por melodias sóbrias e alegres, a banda não só agrada a galerinha pelo som que produzem, mas principalmente pelo modo como se vestem.
E esse diversificado estilo tem modificado o vestuário temporal da galera, que se integra ao simples uso das roupas no dia a dia. Além disso, o estilo de corte de cabelo também mudou: está mais liberal e despojado. As novidades lembram alguma coisa do estilo jovem dos anos 1980, onde o colorido era o mais importante no guarda roupa de meninos e meninas que aderiam a “pegada” da época. Hoje, a moda é apostar em peças com cores gritantes, como fazem os integrantes do Restart, mas também do Cine, Replace e Hevo 84, por exemplo, que usam e abusam das cores sem se preocupar com a combinação.
Aos poucos, os jovens dessa nova tribo repaginaram o visual ao andar com o cabelo “bagunçado” e assumindo a fase colorida da moda. E há quem diga que essa fase da adolescência é um importante componente para a formação da vida. No entanto, no mesmo momento de sucesso por qual passa o movimento colorido, também pipocam debates sobre o gosto, um tanto ousado, adotado por eles.
E para saber mais o que pensa a moçada, o Virajovem foi ouvir a opinião dos jovens sobre o assunto. Confira!
O que acha da moda dos coloridos?

“Os adolescentes que curtem a nova moda têm muita influenciam de seus ídolos em basicamente tudo, e isso faz com que a sua personalidade mude cada vez mais.”
Jhoanyne Wedylla, 13 anos, União dos Palmares (AL)

“Quem é fã deles passou a se vestir igual, usando calças coloridas! Essas novas bandas vieram para mostrar que devemos aceitar todo mundo do jeito que é, com suas diferenças.”
Faah Araújo, 16anos,  União dos Palmares (AL)

“Acho que tudo isso é produto dessa sociedade prioritariamente consumista em que vivemos. As bandas que hoje fazem sucesso têm uma influência temporária sobre os adolescentes e os jovens em geral.”
Jacqueline Freire, 25 anos, Maceió (AL)

“Acho que eles são um modelo americano, que vem passado de país a país: o cabelo, as roupas... e esse tipo de coisa influencia muito o seu modo de vestir e falar. As pessoas têm ficado muito sérias em relação a banda, mas é música jovem.”
Andira Miranda, 13 anos, Maceió (AL)

“Algumas pessoas passam a gostar desse tipo de música só porque outros gostam. O Restart quis se destacar, mas não buscou ter qualidade para isso. Preferiu ganhar atenção pelo visual extravagante.”
Rayssa Oliveira, de 16 anos, Rio de Janeiro (RJ)

“As músicas são legais, os músicos são bonitos e o estilo de roupas é muito bacana.”
Vitória Nascimento, de 13 anos, Rio de Janeiro (RJ)

“Acho muito diferente, é uma nova tribo. Não curto muito esse jeito de se vestir, pois é muito chamativo. Além de ser uma moda temporal, por conta dessas bandas atuais.”
Henrique Souza Andrade, 17 anos, São Paulo (SP)

“Primeiro veio o estilo emo e, quando acabou, o povo começou a inventar moda, deixando o cabelo crescer e com franja na cara. Pra que uma calça laranja com camiseta azul? É para chamar a atenção.”
João Felipe, 18 anos, São Paulo (SP)


Para ler no busão
A Moda e Seu Papel Social: classe, gênero e identidade das roupas, de Diana Crane (Editora Senac)
A autora traça um histórico das relações que mediaram à criação e as transformações no uso da moda, desde sua origem, identificando de que forma o vestuário de cada época contribuiu para a construção da identidade do indivíduo, mediante sua correspondência com valores que cada pessoa escolhe seguir.


Faz parte
Uma declaração feita pelo baterista do Restart, Thomas, criou polêmica nas redes sociais. Em entrevista ao um programa de TV, em março, o jovem comentou ter interesse de tocar no Amazonas para saber se havia civilização no Estado. "Imagine você tocar no meio do mato! Nem sei como é o público de lá, não sei se tem gente, civilização...", falou. Após muita repercussão na internet, o músico usou o Twitter para um pedido de desculpas. "Galera, eu disse que achava que nao tinha ninguem lá! Não desvalorizei a galera de lá, não! Tenho muita vontade de conhecer Manaus, o Acre...", disse. Thomas também comentou que a frase dita por ele foi tirada de contexto e editado  de forma mal intencionada por alguém que não gosta da banda. O Restart tem show programado para este mês em Manaus.

terça-feira, 12 de abril de 2011

As várias vozes de um homem só

Responsável pela versão brasileira de famosos personagens de filmes e desenhos, o Wendel Bezerra fala sobre sua paixão pelo trabalho de dublagem

Avanny Oliveira, Alan Fagner, Anyelle Cavalcante e Walisson de Oliveira
do ViraJovem  de Maceió (AL)

Aos 9 Você já se perguntou sobre quantas vozes uma pessoa é capaz de imitar? Oitenta, talvez? Bom, para o dublador Wendel Bezerra é possível. Com mais de 28 anos de carreira, ele possui uma extensa lista de personagens a quem emprestou sua voz. E pode ser muito provável que você já tenha ouvido o trabalho de Wendel por muitas vezes. Em seu currículo, estão as vozes do Bob Esponja, Goku (Dragon Ball Z), Jackie (As Aventuras de Jackie Chan); Ian Somerhalder (Boone Carlyle na série Lost) e Robert Pattinson (Edward Cullen na saga do filme Crepúsculo).
Pela voz dada ao Bob Esponja, Wendel venceu em 2009 o prêmio de Melhor Dublador de Protagonista durante o Prêmio Yamato, considerado a premiação máxima da dublagem brasileira.
  
Viração: Com quantos anos você começou a fazer dublagem?
Wendel Bezerra: Apesar de ter feito algumas gravações antes,
onsidero meu início da dublagem com oito anos e, desde então,
rou rotina na minha vida.

Mas como foi isso? Você se inscreveu em algum teste?
Quando nasci, meus irmãos já faziam teatro, comercial, novelas... então com quatro anos eu participei de uma peça de teatro e segui essa carreira. Fui conhecendo pessoas da área de dublagem, e um dia eles pediram que eu fizesse uma gravação. Como eu já estava acostumado a ler textos e a interpretar, não tive dificuldades nesse teste. Depois, fui pegando a 'manha' da dublagem.

Antes de começar a dublar você atuava pra você começar a dublar um personagem é o mesmo processo de construção da dublagem?
É mais fácil, mas é mais complicado! (risos) Porque você como ator quando constrói o personagem é difícil você encontrar ele, você faz e vai construído como ele fala, como ele faz, como é que ele age, então é difícil.  Agora como dublador o personagem já foi construído o dublador só vai imitar, porém a dificuldade é você dublar no ritmo e isso é muito difícil, você dublar preso ao trabalho que um ator já fez.Dublar eu acho mais difícil.

Qual foi o personagem que mais gostou de fazer?
Fica até parecendo conversa furada, mas é verdade: cada personagem é quase como um filho. Mesmo que seja o vilão, o pior cara do mundo, se você consegue entrar na alma do personagem, você torce por ele. Agora, os que tenho mais carinho...o Goku, com certeza, o Bob Esponja, o Sean Astin (do filme Senhor dos Anéis), o Jackie (do desenho Aventuras de Jackie Chan). Apesar de não ser omeu filme favorito, gostei de fazer o Edward Cullen (em Crepúsculo). São tantos que eu acabo esquecendo, mas esses com certeza foram muito bons de se fazer. E, por muitas vezes, passei a gostar do trabalho dos atores que acabo interpretando. São trabalhos que, quando chego no estúdio e vejo que é determinado ator, me dá mais ânimo de fazer.

E qual foi o mais difícil?
Os que eu mais gosto, são na verdade, os mais difíceis. Fazer o Goku é difícil porque o sincronismo é complicado. Os vídeos que recebo são em espanhol, inglês e japonês, e  isso atrapalha. Você ouve uma coisa e fala outra, em um outro ritmo. O Bob Esponja tem aquela voz que machuca um pouco a garganta, além de ter uma dinâmica muito louca, fala baixinho, grita, berra... Agora, um que eu não gostava de fazer era o Ryoga, do desenho Ranma ½. Ele gritava muito, com falas muito grandes. Era muito trabalhoso ficar quatro horas no estúdio falando daquele jeito, e isso me desgastava demais.

E quais os cuidados que você costuma ter para preservar a voz?
Primeiro, beber bastante água. Não como chocolate antes de trabalhar, porque ele é o pior, gruda nas cordas vocais e demora para sair. Também durmo e descanso bem, o que ajuda a dar uma renovada na voz.

Mas aconteceu de você perder a voz antes de fazer algum trabalho?
Sim. Uma vez eu peguei uma gripe e fiquei uma semana sem fazer nada. Mas às vezes, mesmo estando um pouco doente, é preciso gravar por conta do prazo de entrega do trabalho. Aí, acaba estragando a voz de novo, e nesse processo já cheguei a passar um mês sofrido.

As pessoas reconhecem sua voz na rua?
Muito por conta do Goku. Já aconteceu em loja, aeroporto...

Tem um vídeo no YouTube em que você dubla o Jack Chan, o Bob Esponja e o Goku no supermercado, que está fazendo sucesso. Como surgiu essa ideia?
(Risos) Eu nem lembro em que lugar do Brasil eu fiz aquilo. A galera pede muito que eu faça a voz de algum personagem, e acabo fazendo improvisos. Nesse caso foi assim. Um dia recebi um link pela internet e lá estava esse vídeo.

Como foi dublar o Goku?
Eu ainda não sabia o que era o Dragon Ball Z, ai eu fui me informar e vi que era uma coisa nova, mas que tinha uma serie que antecedeu, e comecei a dublar meio por fora. Ai, comecei a me apaixonar pela história do desenho. Então, como comecei a gostar da série, eu ficava lendo o texto das outras cenas para saber o que iria acontecer. O Goku foi um 'baita' presente pra mim. Me apaixonei pela série e pelo personagem. Eu já fui para vários cantos do Brasil e hoje estou aqui com vocês de Maceió, muito por graças a ele. Um dos presentes que ganhei em 28 anos de dublagem foi o Goku.